A base económica do Vale do Lima

A base económica do vale do Lima foi estruturada até muito tardiamente pela agricultura, ainda que esta se revelasse cada vez mais periferizada e com níveis decrescentes de rentabilidade. Progressivamente, o vale do Lima foi-se convertendo numa área rural cada vez menos agrícola, em que a agricultura ocupa um lugar cada vez menos significativo na base económica e nos rendimentos das famílias.

As estruturas agrárias locais são dominadas pela pequena agricultura camponesa, pela pequena propriedade muito fragmentada em blocos dispersos, com culturas tradicionais destinadas ao auto-consumo e à comercialização em pequena escala, nos mercados locais, por produtores agrícolas de idade avançada e com técnicas de produção antiquadas, com pouca maquinaria agrícola e tecnologia e uma manifesta incapacidade de reestruturação e regeneração a curto prazo. Paralelamente, existe um conjunto restrito de explorações de maior dimensão, ainda que em regra geral também divididas em blocos dispersos, ocupadas com vinha ou criação de gado para carne e leite, com produtividades económicas efectivas e com condições de competitividade.

A população agrícola da zona de intervenção do LEADER, correspondente à população familiar dos produtores agrícolas, desenvolvendo actividades nas explorações e gravitando em torno da actividade agrícola em exclusividade ou como actividade complementar, podia estimar-se em cerca de 32.000 em 1999, ou seja, a cerca de um terço da população residente total.

O declínio da agricultura no vale do Lima é inexorável e todos os indicadores apontam para um processo de esgotamento progressivo. Os produtores agrícolas que trabalham a tempo total nas explorações são em cada vez em menor número, desenvolvendo cada vez mais actividades exteriores remuneradas. Da população agrícola, a que gravita em torno da exploração, uma parte significativa são jovens numa situação expectante procurando entrar no mercado de trabalho através de outras actividades paralelas.

Ponte de Lima tem vindo a concentrar grande parte do crescimento industrial e de novas actividades produtivas alternativas à agricultura tradicional na zona de intervenção do LEADER do vale do Lima. Em 1998, as actividades dominantes para o vale do Lima, como também para a média da Região do Norte e para o Continente, ao nível do número de empresas, era o comércio por grosso e a retalho; o ramo mais empregrador era a indústria transformadora, seguindo-se a construção. O Turismo tem vindo a tornar-se um eixo estratégico e de grande importância na base económica da região, ainda que seja difícil de caracterizar o seu peso real e o seu desempenho através das estatísticas oficiais. Afirmando-se como um segmento importante, o Turismo em Espaço Rural funciona num sistema informal, familiar, sem uma identificação clara das tarefas propriamente ligadas à actividade económica e a outras tarefas domésticas, não remuneradas, sendo difícil quantificar o peso real do sector. Ainda assim, recorrendo a indicadores indirectos, é possível obter um cenário qualitativo da actividade.